Agoniza mas não morre

13 de fevereiro de 2018 0 Por jugomes
Mesmo com todas as forças contrárias, as escolas deram mais um show na avenida. Que me perdoem os amantes do carnaval de rua, também muito bacana, mas que só alcançou a imensidão que tem hoje nos últimos anos. Me lembro bem quando esse movimento começou a ganhar força, lá pelo fim dos anos 90. Até então ninguém passava carnaval no Rio, exceto quem gostasse ou estivesse envolvido com os desfiles.
O carnaval do Rio foi e sempre será por excelência o carnaval da Avenida. É a partir do “maior espetáculo da Terra” das escolas de samba que o carnaval do Brasil ganhou o mundo e que nossa imagem foi criada. Gostem ou não, a identidade do Brasil é forjada a partir do carnaval e é pra esse momento que a cidade se prepara o ano todo.
Então, se os políticos e as pessoas não conseguem enxergar a importância cultural que a festa tem, podem ao menos atestar o imenso retorno econômico que se cria para a cidade e pro próprio país. Bons gestores não demonizam ou inviabilizam aquilo que pode trazer enormes retornos e, se inteligentes fossem, teriam toda a estrutura voltada para colocar o carnaval como prioridade em suas gestões. Isso porque uma festa bem organizada traz consigo uma boa estrutura para atender os foliões do mundo inteiro. E, para isso acontecer, devem existir estruturas de segurança pública, hospitais e transporte público eficientes. Cidades boas para o turismo em primeiro lugar também são boas para os moradores.
No mais, a cidade resiste, o carioca resiste e esse desfile foi um recado para todos que pensaram que poderiam acabar com o samba. Não passarão! E, como já disse o grande Nelson Sargento, o “samba agoniza mas não morre”.