Relembrando mais um texto

Relembrando mais um texto

31 de maio de 2017 2 Por jugomes

Esse é um dos textos que mais gosto do antigo blog. Me dá um orgulhinho de tê-lo escrito. Rsrsrsrs…


Uma tela em branco, um cursor piscando… Se fosse há uns anos atrás eu diria, uma folha em branco… Mas os tempos mudaram.

É engraçado… Eu parei na frente da tela, fiquei 2 minutos em silêncio, pensando sobre o que iria escrever… Milhões (tá legal, tô exagerando, uma meia dúzia…) de assuntos vão passando na minha mente, como aqueles mostruários de livros giratórios. De repente um deles pára na minha frente e me agrada. Começo então a digitar as letras que vão formando as palavras. Mas, logo depois da primeira frase, o assunto já fugiu e deu lugar a outro e assim vou desenvolvendo até chegar neste exato ponto em que estou.

E agora me pergunto, vou seguir por aqui mesmo ou vou retomar o assunto anterior ou quem sabe ainda dou uma guinada e começo a escrever sobre algo totalmente novo? A julgar pelo que escrevei até agora, continuo no mesmo assunto… Mas o que falar mais sobre isso? Parece que só o fato de mais algumas palavras terem sido escritas já demonstra que algo mais pode ser dito…

Páro um instante, releio o que foi escrito até agora. É… Tá bacana… Umas correçõezinhas aqui, outras ali… Pronto! Cheguei noutra encruzilhada! Momento crucial do texto, aquele em que o leitor se pergunta, mas afinal, sobre o que ela está falando? Onde vai dar isso?

Talvez não dê em nada e eu fique só dando voltas, talvez chegue num precipício e não tenha outra solução se não me jogar de vez e acabar abruptamente ou dar meia volta e salvar com algum arremedo um restinho de idéia que ainda exista. Ou então pode ser que eu enxergue, ali no meio do mato, um caminhozinho, uma trilhazinha à toa mesmo. A princípio, não parece muito promissor, uma trilha fechada, uma picada difícil, muitas pedras, barrancos… As idéias vão fugindo, não querem ter esse trabalho todo. Mas um fiozinho de história, corajosa, persistente, vai superando cada obstáculo e sem eu nem perceber, chega no topo. Me faz acreditar que, mesmo a mais humilde das idéias pode se tornar algo interessante com algum esforço.

Mas… Eis que toca o telefone, eu atendo. Volto para minha cadeira em frente ao computador e, antes que eu pudesse finalizar em grande estilo, minha idéia vencedora desce correndo aos trancos e barrancos e chega lá em baixo toda machucada, coitada… Parece que as idéias são um tanto quanto ciumentas e demandam atenção exclusiva. Recolho ela do chão, sacudo a poeira e ela concorda em ao menos me deixar terminar com o ponto final, seria constrangedor terminar apenas com reticências…

RJ, 13/01/2006.